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Veja em vídeo.

O ministro Educação, Milton Ribeiro, lamentou a descrença de jovens na política.

Ele falou durante lançamento do programa Ações de Educação em Saúde em Defesa da Vida, em 10 de setembro. Observe:

“A minha pergunta é:

O que aconteceu com a nossa juventude que faz com que eles prefiram a morte do que a vida? Nós temos hoje, no Brasil, motivados, creio eu, meu diagnóstico, por essa quebra de absolutos e de certezas, verdadeiros zumbis existenciais. Não acreditam mais em nada. Desde Deus e política, eles não têm nenhuma motivação.”

É realmente um problema a desmotivação dos jovens quanto à política. Em parte, isso se deve à conduta dos mais velhos, que não consideram a política na importância que ela deveria ser considerada e praticada. Não devia ser assim. Na história há diversas boas referências para o aperfeiçoamento de nossos políticos. Mais de dois milênios atrás, Aristóteles já orientava seu filho Nicômaco sobre a importância da ciência política.

A ciência política é responsável por definir quais ciências serão estudadas e as leis que devemos seguir. Assim, é a política que define nosso destino.

O incômodo do ministro merece ser considerado. A partir do que ele disse, podemos aprofundar nas reflexões, decifrando as causas do efeito que o incomodou.

Acreditar na política é efeito.

Mais importante do que a crença na política é quem exerce a política ter competência para cumprir seu papel, ou seja, ter conhecimento, habilidade e atitude.

E, mais importante ainda, é a política cumprir o que lhe compete realizar.

Havendo realização positiva para o bem comum, as pessoas vão acreditar na efetividade da política, os jovens vão acreditar na política. Vão acreditar naturalmente, sem ser necessário lhes cobrar que acreditem.

O assunto é especialmente oportuno porque estamos em véspera de eleições. É momento para chamar os partidos políticos e candidatos a refletir sobre a importância do cargo a que estão se candidatando.

Para começo de reflexão dos candidatos, pergunte-se:

  • Seus amigos, filhos e parentes vão participar de sua campanha por que acreditam que você é mesmo competente e adequado ao cargo? Ou vão obedecê-lo como zumbis?
  • Seu histórico de vida particular em família é coerente com o que você diz em campanha? Ou seus seguidores aceitam suas mentiras públicas com a condição de que você também aceite a mentira deles?

Se você não tem competência para o cargo e não tem credibilidade devido à sua conduta anterior, a melhor coisa que pode fazer nesse momento é não acreditar em si mesmo. Esse descrédito pode ser um bom começo para começar a se corrigir. Pode começar inspirando-se no filósofo Immanuel Kant que disse:

“Agir só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”.

Se perceber que há algo em sua atitude que possa ser prejudicial ao mundo, caso se torne lei universal, melhore seu jeito de ser e de agir. Cada melhoria permite outra, em melhoria contínua.

Assim, vai se tornar boa referência para seus filhos, netos e outras pessoas de seu convívio. Com esse exercício, você pode realizar seu sonho político de contribuir de forma positiva para a sociedade. Mesmo sem cargo. Se sua conduta política informal, sem cargo, é exemplar, de significativa eficácia, você será convidado por multidões a se candidatar. Sua eleição não se fará por marketing político e destruição de concorrentes, mas pelo entendimento de que você é a pessoa certa para ocupar o cargo. Até seu concorrente vai concordar com você, vai colaborar para o sucesso do governo.

Assim precisa ser a política.

O ministro da Educação citou também que as pessoas parecem zumbis por não acreditarem em Deus. Quanto a ser zumbis por não acreditar em Deus, eu trato em outra publicação, com o selo Além da Borda.

Livros.

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