Neste final de semana passei pela Serra do Cipó (MG). Uma rodovia asfaltada cheia de curvas, com subidas e descidas íngremes, cortando área de campo rupestre e mata.

Primeiro tentei imaginar o esforço desprendido para abrir a trilha, depois estrada, depois rodovia.

Um caminho em que podemos passar em velocidade, em filas de carros com vidros levantados, com ar refrigerado, internet a bordo, sistemas eletrônicos automáticos.

É um caminho moderno, mas que tem um outro lado. Passamos muito depressa, sem sentir o cheiro das flores do cipó, sem perceber o esforço daquelas plantas para sobreviver sobre as pedras.

Daí a inspiração para o desenho desta postagem. Os caminhos abertos que não permitem contato com o entorno dificultam o entendimento da vida em sua beleza e também em seus desafios.

Portanto, à criança que está começando a andar, é preciso deixá-la andar. Experimentar o mundo. Há perigos, mas pode ser mais perigoso não saber que os perigos existem.

Precisamos, inclusive, conhecer bem os perigos, saber evitar os acidentes domésticos, no trânsito, no trabalho.

Especialmente, precisamos orientar as crianças de hoje de modo que ela saibam não só evitar os perigos como também não os causar.

Hoje, vi uma foto de minha cidade natal, Araxá (MG) da década de 1920, com várias crianças na rua.

Foram aquelas crianças que viabilizaram o lugar que me acolheu quando nasci, em 1953. As crianças que aprendem a andar agora vão viabilizar o mundo de quem vai nascer em meados deste século. Pessoas que vão garantir a qualidade dos caminhos daqui 100 ou 200 anos.

É emocionante cuidar disso.

Veja em vídeo

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